
A criança gentilmente colocou o ouvido no caixão da mãe… e disse uma frase que abalou toda a congregação.
Na igreja, um silêncio pesado pairava no ar, carregado de pesar. Os soluços eram discretos, abafados por um murmúrio de orações.
Então, em meio a esse silêncio solene, um garotinho se levantou.
Sem dizer uma palavra, ele caminhou lentamente para a frente, cada passo ecoando no coração dos presentes. Seus movimentos eram quase irreais em sua delicadeza, como se guiados por uma força invisível.
Ao chegar ao caixão, ele fez uma leve reverência e encostou o ouvido no caixão da mãe.
Ele ficou assim, imóvel, como se tentasse recuperar um fôlego esquecido, a batida secreta de um possível milagre.
A sala inteira prendeu a respiração.
Então, com uma lentidão quase solene, a criança se endireitou. Seus olhos enormes percorreram a congregação, cheios de um brilho indescritível…
E as palavras que ele sussurrou naquele momento arrepiaram e comoveram toda a igreja. 😯
A criança permaneceu imóvel por um longo momento, com o ouvido pressionado contra o caixão frio da mãe.
Na igreja, todos prenderam a respiração. Até as velas pareciam tremeluzir mais suavemente, como se não quisessem perturbar aquele momento frágil.
Então, lentamente, ele se endireitou. Seus dedinhos tremiam, mas seus olhos… seus olhos pareciam maiores, mais profundos do que nunca. Ele examinou a congregação com o olhar, como se pedisse permissão para falar.
— Mamãe acabou de me contar uma coisa… ele murmurou.
Um arrepio percorreu os bancos. Alguns se inclinaram para ouvir melhor. O padre deu um passo em sua direção.
— Ela me disse que está logo atrás de mim… e que está segurando minha mão.
Soluços se intensificaram entre a congregação. Lágrimas silenciosas escorriam pelas bochechas enrugadas de uma senhora idosa na primeira fila. Um homem apertou o lenço até amassá-lo.
O menino continuou, com a voz trêmula:
— Ela diz que eu não deveria ter medo. Que toda vez que o vento sopra suavemente no meu rosto, é ela vindo me cumprimentar.

Ele então olhou para os vitrais. Um feixe de luz passou por um deles, inundando seu rosto com uma claridade dourada. Alguns viram isso como um sinal, outros desviaram o olhar, tomados pela emoção.
— Ela também me disse… Ele hesitou, abaixou a cabeça, depois levantou o olhar, tomado por uma estranha certeza.
— …que um dia, quando eu sentir o cheiro dela novamente, será o momento de encontrá-la.
A igreja inteira parecia suspensa em suas palavras. Era possível ouvir um alfinete cair no chão de pedra.
O padre, com a voz trêmula, perguntou:
— E… o que ela quer que você faça até lá?
A criança ofereceu um sorriso frágil.
— Ria. Brinque. Ame. E diga aos outros que ela está sempre lá, mesmo quando pensamos que ela se foi.

Uma leve corrente de ar soprou pela igreja, fazendo as chamas das velas dançarem. O menino virou a cabeça ligeiramente, como se ainda estivesse ouvindo. Então, recuou alguns passos, sem tirar os olhos do caixão.
Entre os bancos, as lágrimas haviam mudado. Não eram mais apenas lágrimas de tristeza, mas também de esperança. A ideia de que, talvez, os laços de amor sobrevivam a tudo… até mesmo à morte.
Por fim, o menino retornou ao seu lugar, segurando na mão um pequeno lenço amassado que havia tirado do caixão.
Ninguém sabia quando ele o havia pegado. Mas todos notaram que ele o segurava perto de si como um tesouro.
E no silêncio recuperado, cada pessoa sentiu profundamente que algo poderoso tinha acabado de acontecer.
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