
Meus novos vizinhos pareceram estranhos desde o início. A filhinha deles brincava sozinha, e acabei passando metade do dia com ela até a mãe finalmente aparecer. Por educação, ela me convidou. No dia seguinte, encontrei a criança abandonada com um bilhete de partir o coração. Decidi agir imediatamente.
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Era um dia tranquilo e típico em nosso pequeno bairro suburbano quando notei o caminhão de mudança parando em frente à velha casa ao lado. O lugar estava abandonado há anos, e ver qualquer atividade ali já era surpreendente.
Fiquei na janela, olhando através das cortinas como um gato curioso.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney
“Quem são eles?”, murmurei para mim mesmo, tentando entender o que estava vendo.
O homem era alto, com feições marcantes que o faziam parecer que ele havia saído de um filme noir.
A mulher com ele, porém, era outra coisa. Pálida, quase fantasmagórica, com um olhar distante, como se estivesse ali, mas não de verdade.
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E então, apareceu a garotinha.

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Ela não devia ter mais de quatro anos. Uma coisinha pequenina, com olhos grandes e cheios de inocência, agarrando um ursinho de pelúcia surrado como se fosse seu único amigo no mundo.
Ela brincava sozinha no quintal coberto de mato, e sua pequena figura parecia ainda menor em contraste com a grama alta e as ervas daninhas emaranhadas.
Que família estranha!

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Samuel e eu sempre sonhamos em ter filhos. Depois de anos tentando, porém, ficou dolorosamente claro que isso não ia acontecer para nós.
Samuel nunca falava muito sobre isso, sempre ignorando o assunto com um dar de ombros ou uma rápida mudança de assunto.
Mas eu? Eu não conseguia me livrar do sonho. E ver aquela menininha, tão sozinha… Isso mexeu com algo bem fundo em mim.

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***
Alguns dias depois, dei minha volta habitual pelo bairro. Ao virar a esquina, lá estava ela — a menininha da casa do vizinho. Desta vez, ela estava perigosamente perto da rua.
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“Oi, querida”, chamei gentilmente, correndo até lá. “Não vamos brincar tão perto da rua, ok?”
Ela olhou para mim com olhos arregalados e inocentes e, por um momento, fiquei ali parado, segurando sua mãozinha.
Levei-a de volta para casa e bati na porta. Nenhuma resposta. Minha mão hesitou na maçaneta.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Pexels
Eu deveria?
Respirei fundo e abri a porta, só uma fresta.
A casa estava quase vazia, apenas alguns móveis velhos e caixas espalhadas. Era como se tivessem se mudado, mas não tivessem se estabelecido. Não havia ninguém lá dentro.
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“Qual é o seu nome, querida?”, perguntei, agachando-me para ficar na altura da garota.
“Lily”, ela respondeu, sua voz tão suave quanto um sussurro.
“Bem, Lily”, eu disse, “que tal fazermos alguns desenhos?”
“Não tenho giz de cera.”
Essas palavras fizeram um buraco no meu coração.

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“Certo! Vamos usar um graveto e areia lá fora!” Tentei animá-la.
Ela assentiu ansiosamente, e comecei a traçar formas simples com um palito de madeira: um coração, uma estrela e a letra “A”. Lily observou atentamente, seus olhos se arregalando a cada passada do palito.
“Posso tentar?”, ela perguntou, pegando o graveto.

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“Claro”, entreguei a ela. “Por que você não tenta escrever seu nome?”
Ela cuidadosamente desenhou um “L” trêmulo no chão e então olhou para mim em busca de aprovação.
“Que ótimo, Lily! Você está indo muito bem!”, eu a incentivei.
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Depois de um tempo, passamos para outra brincadeira. Apontei para algumas pedras ali perto.
“Vamos construir algo juntos. Que tal um castelo?”
“Um castelo! Sim!”

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Reunimos as pedras, empilhando-as umas sobre as outras. Era uma estrutura simples, na verdade, mas para Lily, parecia a coisa mais grandiosa do mundo.
“Olha, é como uma torre”, ela disse, colocando cuidadosamente uma pequena pedra em cima.
“É mesmo! E aqui está outra para o outro lado”, acrescentei, entregando-lhe uma pedra lisa. “Sabe, pode ser aqui que a princesa mora.”
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O rosto de Lily se iluminou ainda mais com a ideia.

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“E o príncipe pode viver aqui”, ela disse, apontando para um lugar do outro lado.
Percebi como Lily se concentrava intensamente na tarefa, como se cada pedra fosse uma joia preciosa. Isso me fez pensar se ela já tinha brincado com brinquedos de verdade antes.
“Obrigado por brincar comigo.”
Meu coração se encheu de alegria com suas palavras.

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Quando o sol começou a se pôr, comecei a me preocupar com o que fazer.
Finalmente, a mãe da menina apareceu, quase do nada. Ela pareceu surpresa ao me ver, mas não demonstrou muita emoção.
“Obrigada”, disse ela secamente, pegando a mão da garota. “Eu estava por perto o tempo todo.”
Não houve calor, nem sorriso — apenas aquelas palavras. Antes de partir, ela acrescentou:
“Por que você não vem tomar chá amanhã?”

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Não era bem um convite, mas sim uma obrigação. Mas eu assenti, concordando mesmo assim.
Olhei para Lily. Ela estava tão entretida, tão cheia de vida enquanto brincávamos, mas no momento em que sua mãe apareceu, algo nela pareceu mudar.
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“Lily, é hora de ir.”
Sem dizer uma palavra, Lily simplesmente caminhou até a mãe, sua mãozinha deslizando para o aperto frio da mulher. Não houve protesto, nem hesitação — apenas obediência silenciosa.

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“Ok, mamãe.”
Lily olhou para mim. “Você vem brincar comigo de novo?”
“Claro, querida”, respondi, com a voz presa na garganta.
Enquanto os observava desaparecerem pelo caminho, uma sensação de inquietação tomou conta de mim. A tristeza nos olhos de Lily era como um apelo silencioso, um pedido de ajuda que ela não conseguia expressar.
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Havia algo estranho naquela família, algo que eu não conseguia identificar.

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***
No dia seguinte, hesitei, olhando para a tinta lascada da porta do vizinho, e então bati. Nenhuma resposta. Bati novamente, mais forte dessa vez, mas ainda nada.
“Alô? Sou eu, da casa ao lado”, gritei, esperando ouvir algum sinal de vida lá dentro.
Nada. A casa permaneceu estranhamente silenciosa, o silêncio me pressionando como um peso. Depois do que pareceu uma eternidade, empurrei a porta hesitantemente e entrei.

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“Olá?”
Meus passos soavam altos contra o chão de madeira enquanto eu vagava pelos cômodos, cada um mais vazio que o anterior.
Então, na sala de estar, encontrei Lily. Ela estava sentada no chão com um pacote de biscoitos e uma garrafa d’água. Segurava um pedaço de papel em suas mãozinhas.

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“Lily?” sussurrei, ajoelhando-me ao lado dela.
Ela não disse nada, apenas me entregou o bilhete. Desdobrei o papel, e a mensagem de partir o coração me deu um arrepio na espinha:
“Ela é sua, se você quiser. Sabemos que você vai cuidar bem dela.”
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Fiquei olhando para as palavras, minha mente acelerada.

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Quem faria uma coisa dessas? Abandonar a própria filha daquele jeito, deixando-a numa casa vazia com nada além de um bilhete?
O pânico começou a crescer no meu peito, e eu agarrei Lily, puxando-a para perto.
“Precisamos ir”, sussurrei, pegando-a no colo.
Enquanto me dirigia para a porta, um pensamento aterrorizante passou pela minha cabeça.
E se isso fosse uma armadilha?

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Fiquei paralisada por um momento, com o coração disparado. Mas então olhei para Lily. Não podia deixá-la ali, não importava os riscos.
Quando chegamos em casa, Samuel já estava lá. Ele levantou os olhos do sofá quando eu entrei.
“O que é isso?” ele perguntou.
Coloquei Lily no chão delicadamente e entreguei a ela uma caixa de biscoitos e um copo de leite.

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“Aqui, querida, por que você não come um lanche e assiste a alguns desenhos animados?”, eu disse, ligando a TV para distraí-la.
Depois que ela se acomodou, voltei-me para Samuel, que agora estava de pé, com o rosto contorcido de raiva.
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“Por que tem uma criança em nossa casa, Eliza?” ele levantou a voz.
“Samuel, eu a encontrei sozinha”, comecei, com a voz trêmula. “Naquela casa vazia, com nada além deste bilhete.”
Entreguei-lhe o papel. Ele leu o bilhete rapidamente e então olhou para mim.
“Você quebrou o nosso acordo, Eliza. Nós concordamos: sem crianças nesta casa!”

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“Samuel, eu não podia simplesmente deixá-la lá! Ela estava sozinha, sem ninguém para cuidar dela”, implorei, tentando fazê-lo entender.
Mas sua raiva só aumentou.
“Eu disse que não queria filhos! E agora você trouxe um para nossa casa? Você ao menos tem noção do que fez?”
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Suas palavras cortaram profundamente, como uma faca se enfiando em meu peito.

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“Você nunca disse isso! Todos esses anos, você disse que era por causa da sua saúde…”
Ele desviou o olhar, com o maxilar cerrado.
“Eu menti. Eu nunca quis ter filhos, Eliza. Eu só não queria te perder.”
Parecia que o chão tinha sido arrancado de mim. Todos aqueles anos, todas aquelas esperanças e sonhos… Eu estava vivendo uma mentira.
Samuel deu seu ultimato:

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“Ou você a aceita de volta, ou vai embora.”
Olhei para ele, o homem que eu amei e em quem confiei, e percebi que não podia ficar. Não assim. Não com ele.
Sem dizer mais nada, me afastei dele e juntei alguns pertences. Arrumei uma pequena mala, tentando conter as lágrimas que ameaçavam transbordar.
Eu não poderia abandonar Lily depois de tudo que ela já tinha passado.

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Quando peguei a mão de Lily e a levei até a porta, Samuel não me impediu. Ficou parado ali, frio e distante, como se fôssemos estranhos.
Eu não tinha ideia de para onde iríamos.
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Por fim, fomos para a escola onde trabalho e passamos a noite no meu escritório. Eu sabia que não era uma solução permanente, mas era um começo.

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***
Nos dias seguintes, iniciei o processo de adoção da Lily, mas não foi fácil. As autoridades insistiram que eu precisava de um lar estável.
Então, inesperadamente, me informaram que os pais biológicos de Lily haviam deixado uma herança para ela — a casa. Então, eu poderia adotá-la e me mudar para lá.
Chocada, investiguei mais a fundo e descobri que os pais adotivos de Lily — meus vizinhos — a haviam adotado apenas por causa daquela herança. Mas, percebendo que não podiam cuidar dela, decidiram que ela merecia algo melhor.
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Para garantir que ela não acabasse em outro lar pelos motivos errados, eles a deixaram, e a casa, sob meus cuidados. Nos mudamos no mesmo dia, e a casa se tornou nosso lar, repleta de aconchego e amor.
Lily se abriu lentamente, e cada vez que ela me chamava de “mamãe”, meu coração se encheu.
Samuel, morando sozinho, começou a reconsiderar suas escolhas. Ele começou a ajudar nas tarefas domésticas e a cuidar da Lily quando eu estava ocupado. Perdoá-lo não foi fácil, mas seus esforços me fizeram sentir que talvez pudéssemos nos reencontrar.

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Este artigo é inspirado em histórias do cotidiano de nossos leitores e escrito por um escritor profissional. Qualquer semelhança com nomes ou locais reais é mera coincidência. Todas as imagens são meramente ilustrativas.
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