Eu pensei que conhecia minha família até que uma câmera de um mercado de pulgas me mostrou a verdade

Comprei uma câmera velha num mercado de pulgas só para me animar, e lá dentro encontrei um filme sem revelar. Quando vi a foto, não tive escolha a não ser confrontar minha mãe sobre uma verdade que ela havia enterrado.

Eu morava num apartamento pequeno com meu gato, Waffle, e minha mãe. Na verdade, sempre fomos só nós duas. Eu e ela. Estudei Direito, exatamente como ela queria. Me formei, passei na OAB e até comecei a exercer a profissão.

Eu sempre lutei com ela pelo direito de abandonar esse caminho e me dedicar inteiramente à fotografia, a única coisa que me fazia sentir vivo.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Pexels

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Nunca entendi por que a fotografia a tocava tanto. Era como se um interruptor fosse acionado nela toda vez que eu tocava no assunto.

“Isso não é uma profissão, Amber! Você tem uma carreira — continue nela.”

“Mãe, meu hobby virou realidade. Ele traz dinheiro. E alegria.”

“Não traz valor.”

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Depois de conversas como essa, eu geralmente acabava vagando pelo mercado de pulgas. E aquele dia foi um desses dias — cheio de coceira e vazio.

Eu oscilava entre velhas máquinas de escrever, gatos de cerâmica e chapéus florais empoeirados que cheiravam às memórias de outras pessoas.

Então vi uma velha câmera de filme, meio escondida sob uma pilha de discos de vinil. Apontei para a câmera, presa numa tira de couro rachada.

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“Quanto custa a câmera?”

“Quinze, se você não vai pechinchar”, disse o vendedor, sorrindo por trás de um bigode grosso.

Sorri e entreguei o dinheiro a ele.

“Eu não barganho com o destino.”

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Comprei mais para decoração do que para qualquer outra coisa. Mas quando cheguei em casa e abri o painel traseiro, algo fez sentido.

“Sem chance…”

Peguei o filme. Era de verdade. Corri para o único laboratório fotográfico da cidade que ainda revelava filmes.

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O técnico de laboratório era um cara magro, com esmalte verde neon e um olhar desconfiado.

“Guardou um rolo na gaveta por dez anos e de repente se lembrou dele? Será que é uma nova moda?”

“Não é meu. Eu… meio que herdei. Inesperadamente.”

“Ah, nesse caso”, ele sorriu, “volte amanhã”.

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***

No dia seguinte, eu estava do lado de fora do laboratório segurando o envelope. Meus dedos tremiam um pouco. Abri a aba e tirei as impressões.

A primeira foto — um parque de diversões. Um carrossel. Me atingiu em cheio.

“Huh. Ok. Déjà vu. De novo.”

Próxima foto…

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Meu Deus! Sou eu!

O mesmo vestido de verão florido. A mesma foto. A do nosso álbum de família. Mamãe sempre dizia que era a minha favorita. Mas naquela, eu não estava com ela. Fiquei em frente à entrada de um brinquedo, de mãos dadas com um homem.

Não, mãe. Um homem!

Jovem. Sorridente. E eu… Eu parecia tão feliz, tão à vontade com ele. Como se eu o conhecesse. Como se confiasse nele.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Sora

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Meu coração batia forte. Olhei para a foto, mal conseguindo respirar.

“Quem é você?”

Meus pensamentos começaram a correr…

Talvez seja só uma garota parecida comigo. Não, sou eu. Até a marca de nascença no meu joelho esquerdo.

Photoshop? Nos anos 90? Mamãe mentiu para mim?

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Só percebi que estava andando quando já estava na metade do caminho para casa. Praticamente correndo.

Eu nunca tinha perguntado sobre o papai antes. Mamãe sempre me dizia que ele morreu em um acidente de carro antes de eu nascer. E eu acreditei nela. Simplesmente… acreditei. Porque ela era a única que sempre esteve lá.

Mas depois daquela foto… Algo quebrou.

E decidi que era hora de perguntar novamente.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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***

Fui recebido pelo aroma familiar de canela. Mamãe estava assando alguma coisa, o que significava que ela estava de bom humor.

Momento perfeito para estragar tudo. Típico de mim.

“Chegou cedo”, ela chamou da cozinha. “Quer um rolinho de canela?”

“Até mais, mãe. Preciso falar com você.”

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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Ela saiu e secou as mãos num pano de prato.

“Aconteceu alguma coisa?”

Entreguei a ela a foto — a única.

“O que é isso?”

A mãe olhou para ele. Sua expressão não mudou muito. Apenas uma leve carranca.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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“Isso é… algo da internet?”

Sentei-me na beirada do sofá. “Não. Encontrei uma câmera velha num mercado de pulgas. Havia um rolo de filme dentro. Mandei revelar. E tinha isso nela.”

Mamãe sentou-se lentamente à minha frente, cruzou as mãos no colo. Notei como ela engoliu em seco — quase imperceptível, mas estava lá.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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“Amber, muitas meninas são parecidas nessa idade. Talvez outra pessoa tenha usado o mesmo vestido. É só coincidência.”

Eu ri. Amargamente. Até o gato Waffle saiu da cozinha para ver quem tinha a coragem de gargalhar daquele jeito em casa.

“Mãe, você está se ouvindo? Mesmo vestido, mesmo parque de diversões, mesmo corte de cabelo, mesma marca de nascença no joelho esquerdo? Não é coincidência. Sou eu!”

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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“Amber, para com isso! Você está começando a me irritar.”

“Mãe, preciso saber. Quem é aquele homem comigo na foto? Ele era meu pai?”

“Por que você está tentando destruir a memória do seu pai? Ele morreu antes de você nascer. Eu te disse isso desde o começo.”

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Olhei diretamente para ela. “Tem certeza? Cem por cento de certeza?”

“Amber… isso não é jardim de infância! Por que você está questionando tudo o que eu digo de repente?”

“Porque coisas assim não acontecem por acidente!”

Segurei a foto entre nós como se fosse uma prova no tribunal.

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“É exatamente por isso que não é você! Fim da história. Tenho tortas no forno, e você… Deixa pra lá. O passado não vai te fazer bem.”

“Você está escondendo alguma coisa, mãe.”

Ela se virou e voltou para a cozinha. Ouvi a porta do forno ranger, seguida de uma batida mais alta do que o necessário.

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“Mãe…”

“Estou cansado, Amber. Não me arraste para isso. Vivi a minha vida da melhor maneira que pude. Não lhe faltou nada. O resto não importa.”

Fiquei sentado no sofá por mais um tempo, apenas olhando para a foto na minha mão. Então me levantei, em silêncio, e peguei meu casaco.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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“Aonde você vai?”, chamou minha mãe da cozinha.

“Só por um dia. Quero ver aquele parque de diversões. Se ele ainda existir. Eu só… quero estar lá.”

“Isso é ridículo.”

“Talvez.”

Fechei a porta atrás de mim e, ao entrar no corredor, percebi que não estava com raiva. Estava triste. Mas algo havia começado a se mover dentro de mim. E eu sabia que não conseguiria parar agora.

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***

Duas horas depois, eu me encontrava no mesmo lugar. O parque de diversões ainda estava lá — um pouco desgastado, mas inconfundível.

O velho carrossel, as bandeiras desbotadas e os bancos lascados estavam exatamente como eu via na fotografia. Parecia que o tempo simplesmente tinha passado ali.

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Andei pelas atrações, explorando cada canto, já me preparando para sair de mãos vazias… quando avistei um pequeno quiosque de fotos com uma placa que dizia:

“Foto e Sorvete”

Entrei. Uma garota de uns vinte e poucos anos, com cabelos violeta e uma casquinha de sorvete de morango meio derretida, olhou para mim e sorriu.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Sora

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“Olá! Você veio para uma foto ou para uma casquinha de waffle?”

“Talvez os dois”, respondi, sorrindo de volta. “Mas primeiro… tenho uma pergunta.”

Peguei a foto e entreguei a ela. Ela olhou de soslaio.

“Isso foi tirado aqui, não foi?”

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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“Ah, cem por cento”, disse ela imediatamente. “Aquele é o nosso banco. E aquelas são as bandeiras do papai. Ele ainda insiste em pendurá-las ele mesmo toda primavera.” Ela se inclinou um pouco. “Que tipo de câmera?”

“Aqui. Comprei num brechó. Ainda tinha um rolo de filme dentro.”

Ela arregalou os olhos. “Esse é raro. E esse filme é ainda mais raro — não é de estoque local. Meu pai costumava revelar esses tipos de rolos sozinho naquela época. Ele deve se lembrar.”

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Pexels

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Ela desapareceu atrás de uma cortina floral.

“PAAAAAA! Você precisa ver isso!”

Um minuto depois, um homem bronzeado na casa dos sessenta anos saiu. Parecia alguém que via a vida principalmente através de uma lente.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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“Vim aqui procurando aquele homem”, eu disse, entregando a foto. “E a garota na foto… sou eu.”

Ele olhou para mim e depois para a imagem. Seus olhos se estreitaram um pouco e depois se arregalaram. “Espere um minuto…”, disse ele lentamente, pegando a câmera que eu ainda carregava no ombro. “Esta… câmera… onde você conseguiu?”

“Num mercado de pulgas. Quinze pratas, sem pechinchar.”

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Pexels

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Ele abriu a boca um pouco. “Essa é a minha câmera. Essa mesma alça… meu irmão me deu quando eu tinha 21 anos. Eu a vendi durante… bem, durante um período difícil. Anos atrás. Nunca pensei que a veria novamente.”

Dei um sorriso torto para ele. “Bem, ela envelheceu graciosamente. Ainda tira fotos. Aparentemente… fotos muito importantes.”

Ele riu baixinho, ainda olhando para a câmera como se fosse um amigo perdido há muito tempo.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Pexels

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“Como você me encontrou?”

“Esta foto me trouxe até aqui. Reconheci o parque. Eu não sabia o que estava procurando, na verdade… Só esperava que alguém reconhecesse o homem na foto.”

Ele lentamente abaixou a câmera e olhou-me diretamente nos olhos.

“Aquele homem… sou eu.”

O tempo parou.

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“O quê?”, sussurrei.

“Essa foto foi tirada bem aqui. Você costumava vir com sua mãe. Você tinha cinco anos. Talvez seis. Eu costumava te comprar limonada.”

Ele respirou fundo, trêmulo. “Aquele dia foi a última vez que te vi. Sua mãe foi embora e te levou com ela. Nós nos separamos… Eu estava bebendo demais. Não a culpo.”

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“Fiquei limpo logo depois disso”, continuou ele. “Não toco numa gota há trinta anos. Mas nunca parei de te procurar.”

Enxuguei os olhos.

“Minha mãe me disse que você morreu antes de eu nascer.”

Ele fechou os olhos por um instante. “Talvez na versão dela… eu tenha.”

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Então, atrás de nós, a garota de cabelo violeta falou:

“Espera aí. Você está me dizendo que é minha irmã?”

Eu ri em meio às lágrimas.

“Aparentemente, sim.”

Ela bateu palmas. “Isso é INCRÍVEL. Vocês querem pizza? Porque eu acho que isso pede carboidratos e queijo derretido.”

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Acabamos em uma pizzaria aconchegante na esquina. Meu pai, Martin, sentou-se à minha frente, ainda segurando a foto como se ela pudesse desaparecer a qualquer momento. Ele me olhou com ternura.

“E a sua mãe?”

Respirei fundo. “Ela não está pronta. Ainda não. Mas vamos contar a ela. Conversaremos. O importante é… eu te encontrei.”

Ele sorriu. “Perdi você uma vez, e isso quase me destruiu. Não quero te perder de novo.”

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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Aquele foi o dia mais estranho e avassalador da minha vida. Mas nunca, nem por um segundo, me arrependi de ir contra o que minha mãe disse.

Porque aquela câmera velha, esquecida na mesa de um mercado de pulgas, me fez lembrar de alguém que eu nunca deveria ter conhecido.

E meu pai acabou se revelando um homem muito bom.

Apenas para fins ilustrativos | Fonte: Midjourney

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Este artigo é inspirado em histórias do cotidiano de nossos leitores e escrito por um escritor profissional. Qualquer semelhança com nomes ou locais reais é mera coincidência. Todas as imagens são meramente ilustrativas. 

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