O mito de que “homens negros são maiores” acaba de ser desmentido.

Alerta de spoiler: toda aquela história de que “homens negros grandes têm pênis grandes” é um mito enorme. Se você já se perguntou por que pessoas negras têm pênis grandes — ou, mais precisamente, por que as pessoas acham que homens negros têm — prepare-se. Esse estereótipo antigo (e bastante racista) acaba de ser desmascarado.

Vamos desvendar como esse mito sobre o tamanho do pênis começou, por que ele persiste (estamos falando de você, pornografia e aplicativos de namoro) e como ele prejudica homens negros (gays, heterossexuais e de outras orientações sexuais) na vida real.

Ao se expor completamente (sem trocadilho), o psicólogo Bill Johnson publicou seu clássico  artigo de opinião no HuffPo  sobre a complexa questão dos estereótipos, desafiando preconceitos sobre tamanho corporal e a busca pela autoaceitação na comunidade negra.

Vamos analisar o estereótipo de que “homens negros são maiores”.

“Tenho um problema com o tamanho do meu pênis… ele não é grande e eu queria que fosse! … Além disso, sou negro, e o que se diz por aí é que todos os homens negros têm um pênis grande.”

O psicólogo Bill Johnson, em seu artigo de opinião para o Huffington Post.

Segundo Johnson, ele não sabe exatamente o tamanho do seu pênis porque nunca o mediu. Se tivesse que chutar, porém, Johnson diz que provavelmente se enquadraria na categoria “média”. Mas o verdadeiro problema, como Johnson destaca, não é o tamanho do pênis em si. Em vez disso, é o estereótipo racista de que, por causa da cor da sua pele, ele deveria ser maior, mais grosso, mais comprido.

“Internalizei a noção racista de que homens negros têm pênis grandes… que tem suas raízes no racismo europeu, usado para justificar a escravidão e a opressão racial.”

Bill Johnson continua a revelar verdades bombásticas em seu artigo de opinião no Huffington Post.

Pense nisso: um psicólogo formado ainda se sentia inseguro porque a sociedade o programou para acreditar que homens negros devem ser bem dotados. A verdade pessoal de Johnson destaca um problema maior: muitos de nós (até mesmo homens negros) acreditamos, sem saber, em uma mentira que existe há séculos.

O que pode ser feito em relação ao mito de que “homens negros são maiores”?

A fantasia do homem negro superdotado não surgiu do nada. Ela está profundamente enraizada no racismo e na sexualidade ao longo da história. Lá nos tempos antigos, gregos e romanos associavam pênis grandes à vulgaridade ou ao comportamento “animalesco”, e pênis menores à inteligência e à civilidade. (Sim, numa reviravolta bizarra, o pequeno já foi considerado “desejável” – pelo menos entre os aristocratas esnobes.) Os exploradores europeus levaram essas noções para outros continentes. Ao encontrarem diferentes povos na África e em outros lugares, exageraram as histórias de homens com genitais absurdamente grandes.

Essas histórias fantasiosas não eram apenas fofocas de vestiário; elas serviam a uma agenda nefasta. Como observa um historiador, os colonizadores usavam esses relatos para retratar outras raças como sexualmente selvagens e a si mesmos como “civilizados”. Johnson afirma que precisamos abandonar esse estereótipo, que, segundo ele, persiste até hoje, principalmente na indústria de filmes adultos.

Durante a era do tráfico atlântico de escravos, o estereótipo ganhou vida própria no imaginário racista americano. Os escravizadores e supremacistas brancos criaram a caricatura do “Mandingo” ou “Black Buck”, retratando homens negros como bestas brutais e hipersexuais, com luxúria insaciável e dotes do tamanho de um tripé.

Johnson explica ainda que muitos filmes adultos com homens negros como protagonistas usam temas raciais no título e, frequentemente, como principal argumento de venda do filme. Em sua opinião, “a ideia do homem negro lascivo e seu pênis enorme tem sido usada para perpetuar a objetificação e a brutalidade contra homens afro-americanos”.

Além disso, as pessoas precisam superar essa obsessão com o tamanho do pênis.

Ciência versus estereótipo: Não, homens negros não são “naturalmente” maiores

Se esse mito fosse verdade, esperaríamos que estudos científicos confiáveis ​​mostrassem que homens negros têm tamanhos médios de pênis significativamente maiores do que outros grupos. Mas não mostram. Cientistas mediram milhares de homens de diferentes raças e simplesmente não há evidências confiáveis ​​de qualquer diferença de tamanho baseada na raça.

“Ao contrário da crença popular, os homens são os hominídeos mais bem dotados, proporcionalmente ao tamanho do corpo”, escreve ele. “O tamanho médio do pênis humano é de cinco polegadas. Se os homens não fossem bombardeados com uma enxurrada de mensagens que pregam sua inadequação, as inseguranças relacionadas aos genitais masculinos seriam mínimas.”