
Achei que seria chefe amanhã.
Minha primeira semana como novo funcionário em um banco rural aqui na província. O escritório estava silencioso, o piso de madeira era velho e o cheiro de poeira espessa ainda persistia quando você tirava as pastas. Deveria ter sido apenas um dia normal — até que me disseram que havia muita papelada que precisava ser colocada em um cofre antigo.
O cofre não era como o de alta tecnologia, impressão digital e outras coisas que você vê em filmes. Aqui, a porta era apenas de aço grosso e uma grande maçaneta redonda. Sem sensor, sem câmera.
Quando entrei, apenas coloquei os papéis em uma prateleira. Ouvi um estrondo — e então senti a porta fechar. Puxei imediatamente, mas ouvi outro som — um clique. Se eu não tivesse entrado em pânico e apenas empurrado a porta, ainda teria conseguido sair.
Tentei verificar meu celular. Não havia sinal, como se fosse de propósito. Gritei, bati, caso alguém ouvisse. Mas a parede era grossa. A única resposta foi o eco da minha voz. Também notei a hora, meus companheiros devem ter saído há alguns minutos, porque também estavam limpando quando recebi a ordem.
Gritando, batendo e olhando ao redor lá dentro, caso houvesse sinal em algum lugar. Olhei para o meu telefone novamente e descobri que estava lá há uma hora e meia. Eu estava tão bravo com a mamãe por causa do pedido de última hora que agora estava preso lá dentro. Eu estava ficando fraco.
A maçaneta se moveu. A porta se abriu e um homem bonito de barong espiou. O homem parecia um executivo. “Tenha cuidado da próxima vez”, disse ele calmamente. Agradeci e saí, ele apenas assentiu e olhou.
Quando saí, o guarda ficou surpreso por eu ainda não ter ido para casa. Fiquei ao lado da moto, pensando em me oferecer para levar a pessoa que me ajudou, que parecia o dono do banco, para casa. Mas ninguém saiu por alguns minutos. Ignorei, talvez houvesse outra saída que eu não conhecia e ele tenha passado por lá, também parecia um carro, então ele também não viria comigo – pensei em levar apenas lanches amanhã.
No dia seguinte, fizemos um tour formal como parte da orientação. Me mostraram a sala de conferências cheia de fotos antigas – de diretores de banco. Conforme o gerente da agência explicava quem eram, um por um, meus olhos se arregalaram.
Lá, em uma foto datada de 1957, estava o homem que me salvou. Mesma roupa, mesma postura, mesmo cabelo com pomada.
A verdade na imagem
Meus olhos se arregalaram, meu corpo inteiro gelou. Eu não podia estar enganada: aquele era o rosto da pessoa que abriu o cofre e me salvou ontem à noite.
“Ele é Don Ramon Alvarez”, disse o gerente da agência, continuando com um sorriso, “um dos cofundadores do banco. Ele faleceu… em 1962.”
Meu mundo parou quando ouvi isso. 1962? Como ele poderia me salvar se já está morto há tanto tempo?
Os Sussurros dos Anciãos
Depois do passeio, não consegui descansar. Aproximei-me de Mang Toring, o funcionário mais antigo do escritório. Sua voz estava fraca quando perguntei:
“Manong… é verdade que Don Ramon morreu em 1962?”
Ele assentiu. “Ele também estava trancado no cofre. Ninguém ouviu. Ele foi encontrado no dia seguinte… mas era tarde demais.”
Meu cabelo ficou em pé.
“Mas há uma história”, acrescentou Mang Toring, olhando para o horizonte. “Desde então, sempre que alguém ficava preso no cofre, um homem de barong aparecia de repente e abria a porta. Dizem que ele é Don Ramon… ele zela pelo banco e não quer que outros passem pelo que ele passou.”
O Encerramento
Enquanto caminhava para casa, não parava de pensar no rosto frio, mas gentil, do homem que me salvou. Seus olhos pareciam cheios de tristeza e sua voz era calma: “Tenha cuidado da próxima vez.”
Pensei que talvez fosse a maneira dele ter certeza de que ainda teria uma história para deixar para trás, que mesmo tendo partido, ele não tinha partido completamente.
A partir de então, cada vez que eu passava pelo cofre, eu sussurrava secretamente:
“Obrigado, Don Ramon.”
E em cada silêncio do velho banco, sinto como se houvesse um olho observando – não para assustar, mas para proteger.
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