
Depois de nos instalarmos em nossa nova casa, eu finalmente estava pronta para começar a vida com que sempre sonhei. Mas, quando tudo parecia estar certo, algo estranho começou a acontecer à noite. Eu continuava ouvindo o choro suave e rítmico de um bebê, abafado, mas claro, vindo de dentro da parede do porão.
Mudamos numa manhã de sábado. Caixas por todo lado, meus braços doloridos, Jake mal-humorado, mas eu não conseguia parar de sorrir.

Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Pexels
Esta casa era tudo o que eu sonhava. Espaçosa, cheia de luz, com pisos velhos e rangentes e aquele charme que fazia você sentir que ela tinha alma. Tinha um quintal grande o suficiente para um balanço e uma horta.
“Jake, você acredita?” Olhei ao redor da sala de estar aberta, cheia de luz do sol e caixas espalhadas.
As paredes estavam nuas, o chão ainda empoeirado, mas eu já conseguia imaginar cortinas balançando nas janelas e pezinhos correndo de cômodo em cômodo.

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“É aqui. Esta é a nossa casa. Mal posso esperar para que as crianças tenham filhos aqui. Este lugar vai ser perfeito para elas.”
Jake pousou a caixa com um grunhido e esfregou a nuca. “Vamos desempacotar tudo antes de começarmos a falar sobre bebês”, murmurou.
Compramos a casa com a herança que recebi da minha avó. Jake queria algo menor, um apartamento, talvez, e sugeriu investir o restante no negócio dele.

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Mas eu me apaixonei por esta casa no momento em que a vi. Eu queria espaço. Eu queria aconchego. Eu queria um lar para uma família que ainda nem tínhamos formado.
Mais tarde naquele dia, fui até o porão, curioso para ver com o que estávamos trabalhando.
As escadas rangiam sob meus pés, mas o espaço em si era surpreendentemente aberto.

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Nada além de concreto cinza, algumas teias de aranha empoeiradas e uma única lâmpada balançando no teto.
Era silencioso, talvez silencioso demais, mas nada assustador. Imaginei que seria um ótimo lugar para guardar coisas.
Fui até o quintal para respirar e notei um homem perto da cerca. Ele era mais velho, usava jeans surrado e uma camisa de flanela, regando o que pareciam ser tomates. Aproximei-me com um sorriso amigável.

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“Oi! Sou a Emma. Acabamos de nos mudar hoje”, eu disse, acenando.
O homem mal assentiu. “Eu sei.”
“Adorei a casa. Ela tem tanta personalidade. Já tenho um monte de planos para ela”, continuei.
Ele me olhou diretamente nos olhos. “Mas deixe o porão em paz.”

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Pisquei, confusa. “O quê?”
“As pessoas antes de você foram embora por causa disso. Fiquem lá em cima”, disse ele, secamente.
“O que aconteceu lá embaixo?”
“Não estou aqui para me explicar”, ele retrucou e se virou sem dizer mais nada.

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De volta para dentro, contei a Jake o que o vizinho disse. Ele mal reagiu, apenas deu de ombros e me disse para ligar para Maggie, a corretora. E liguei.
Maggie riu baixinho ao telefone. “É o Sr. Dwyer. Ele é estranho com todo mundo. Ele também queria aquela casa, mas perdeu a licitação. Não deixe que ele te assuste. Não há nada de errado com o porão.”
Agradeci e desliguei, mas quando olhei para a janela, vi Dwyer me observando da sua. Seus olhos não se moveram. Fechei as cortinas, perturbada.

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Os primeiros dias na casa transcorreram sem problemas. Eu trabalhava em casa enquanto Jake ia para o escritório.
Desempacotamos, discutimos sobre a disposição dos móveis e pedimos muita comida para viagem.
Comecei a relaxar, convencendo-me de que Maggie estava certa e Dwyer estava apenas amargo.

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Então, uma noite, acordei de repente. A princípio, não sabia por quê, mas então ouvi um som fraco e abafado, como um choro. Não um choro qualquer. Um choro de bebê. Meu peito apertou quando me sentei na cama.
“Jake”, sussurrei, sacudindo seu ombro. Ele não se mexeu.
Foi quando vi o frasco de comprimidos no criado-mudo dele. Ele tinha mencionado que estava com dificuldade para dormir ultimamente. Devia ter tomado alguma coisa.

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O choro continuou. Levantei-me e acendi a luz do corredor. O som vinha de baixo. Do porão. Minha mão tremia quando abri a porta e acendi a luz do porão.
Silêncio.
Desci lentamente, atento a qualquer coisa, mas o choro havia parado completamente.
O quarto estava vazio, as mesmas paredes de concreto, a mesma lâmpada pendurada. Nenhum sinal de ninguém nem de nada.

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Na manhã seguinte, contei tudo ao Jake. Ele apenas deu de ombros. “Você provavelmente estava sonhando.”
“Não estava”, insisti. “Eu estava bem acordado. Eu ouvi. Foi real.”
“Se fosse real, eu também não teria ouvido?”, ele perguntou, tomando um gole de café.
“Você estava desmaiado. Tomou alguma coisa para dormir, lembra?”

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Ele ergueu uma sobrancelha. “Não, não fiz. Eu ia fazer, mas decidi não fazer.”
Olhei para ele. “Jake, eu tentei te acordar. Você nem se mexeu.”
Ele dispensou. “Em, você está estressada. Mudar é muito difícil. Seu cérebro está… desligado agora.”
Naquela mesma tarde, percebi algo com o canto do olho. O Sr. Dwyer estava no nosso quintal, parado perto da janela do porão. Saí furioso.

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“O que você está fazendo na nossa propriedade?”, eu gritei.
Ele se virou lentamente. “Ouvi uma coisa ontem à noite. Pensei em verificar se está tudo bem.”
“Então bata na porta da frente como uma pessoa normal.”
“Não gosto de falar com as pessoas”, disse ele sem rodeios.

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“Isso não te dá o direito de invadir”, eu disse, elevando a voz. “Você estava espiando pela janela do nosso porão.”
“Só para ter certeza de que é seguro.”
Notei algo em sua mão, pequeno, preto, que parecia um alto-falante. Mas antes que eu pudesse perguntar, ele se virou e foi embora.
Naquela noite, ouvi o choro novamente. Exatamente como antes. Corri escada abaixo e acendi a luz, e novamente, o choro parou instantaneamente. Subi novamente e sacudi Jake até ele acordar.

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“Ouvi de novo. Desci e parou no instante em que abri a porta.”
“Emma, qual é”, ele gemeu. “Você acha mesmo que isso faz sentido? Se fosse um bebê de verdade, ouviríamos com mais frequência. Não só uma vez por noite.”
Talvez não seja constante. Talvez seja desencadeado de alguma forma. Ou talvez alguém esteja fazendo isso de propósito.

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“Você está se assustando. Precisa consultar alguém. Falar com um médico.”
“Eu não sou louco”, sussurrei.
Mas depois de mais algumas noites da mesma coisa, comecei a me perguntar se ele estava certo. O choro começava do nada. No segundo em que cheguei perto do porão, parou.

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Parei de dormir. Mal comia. Meus pensamentos continuavam girando em torno das mesmas perguntas impossíveis.
Até que uma noite fiquei lá embaixo por mais tempo. Fiquei parado no meio da sala, escutando.
O choro havia parado como de costume, mas as paredes pareciam… limpas demais. Lisas demais.

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Caminhei por elas, batendo até que algo soou diferente. Uma parte ecoou mais que as outras. A parede não era de tijolos. Era de drywall.
Peguei o martelo. Bastaram alguns golpes. Um pequeno painel se quebrou.
Atrás dele, enfiado entre pinos, havia um alto-falante preto. E tudo funcionou. Não havia fantasma. Nenhum mistério. Apenas alguém tocando um som, repetidamente.

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E adivinha quem tinha acesso a esta casa antes de a comprarmos? O Sr. Dwyer. Maggie nos disse que ele tinha as chaves para mostrar a casa aos compradores quando ela não estava disponível.
Saí pela porta da frente e atravessei o gramado, ainda segurando o alto-falante. Bati na porta dele como se fosse quebrá-la. Uma luz se acendeu. Um momento depois, ele a abriu com um puxão.
“O que diabos aconteceu com você?”, ele gritou. “Já é madrugada!”

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“Você está me mantendo acordado há dias”, retruquei. “Para poder lidar com uma noite em que eu vou gritar na sua porta.”
“Não tenho ideia do que você está falando.”
“Ah, acho que sim.” Levantei o alto-falante. “Você colocou isso na parede do nosso porão. Eu vi você segurando um igualzinho.”

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Ele estreitou os olhos. “Por que eu faria isso? O que eu ganharia com isso?”
“Você sabia exatamente o que fazer com ele. Você ligou o choro para me fazer pensar que eu estava ficando louco, e depois desligou quando cheguei perto. Você queria me assustar e me tirar daquela casa.”
“E como eu saberia que você estava no porão?”

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Hesitei, mas respondi lentamente: “Porque você conseguiu ver quando as luzes se acenderam. Você estava nos observando da sua janela. Eu vi você.”
“Isso é loucura”, ele rosnou. “Eu vigio todas as casas desta rua. Estou mantendo a vizinhança segura, não espionando você.”
“Não minta para mim”, retruquei. “Você me disse para não entrar no porão logo no primeiro dia. Você queria que a gente saísse porque planejava comprar aquela casa sozinho.”

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“Eu ia. Até descobrir que o porão inunda todo inverno. Foi por isso que a última família foi embora. Foi por isso que eu te disse para ficar longe. Tudo o que você deixar lá embaixo vai ser destruído!”
“Você está mentindo.”
“Eu não vou fazer isso”, ele retrucou, e bateu a porta na minha cara.
Fiquei ali por um momento, tremendo, sem saber em quem acreditar. Virei-me e voltei para casa, com o alto-falante ainda na mão.

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Lá dentro, fui direto para o quarto. Jake estava dormindo. Sentei-me ao lado dele e apertei seu ombro.
Ele gemeu e rolou na cama. “Que horas são?”
“Jake, eu encontrei”, eu disse. “Encontrei um alto-falante. Estava dentro da parede do porão. Era isso que estava fazendo o som do choro.”
Ele piscou. “Espera… sério?”

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Assenti e o levantei. “Isto. Este tocava o som todas as noites.”
Ele se sentou e esfregou o rosto. “Bem, pelo menos agora você sabe que não foi real. Isso deve te fazer sentir melhor.”
“Acho que o Sr. Dwyer plantou. Ele tinha acesso antes de nos mudarmos. Maggie disse que ele tinha as chaves enquanto a casa estava tombada.”

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Jake franziu a testa. “Mesmo que seja verdade, como você vai provar? Você não pode ir à polícia só com um alto-falante e um palpite. Não vale a pena.”
Olhei para o alto-falante, ainda em minhas mãos. De repente, ele emitiu um som suave.
Uma fração de segundo depois, ouvi uma voz baixa, que depois foi interrompida. Olhei para o celular do Jake e vi o ícone do Bluetooth piscando.
“Seu telefone acabou de se conectar a ele.”

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Ele piscou. “O quê?”
“Este aparelho acabou de parear com o seu celular. Isso só acontece se o celular já tiver sido conectado antes.”
“Talvez seja apenas um alto-falante muito bom.”
Não. Ele lembra do seu dispositivo porque ele já foi vinculado.

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“Emma, você está pensando demais nisso.”
“Você colocou na parede?”
“Não.”
“Jake, não minta para mim”, eu disse, com a voz embargada. “Você trouxe os móveis para cá sozinho enquanto eu estava no trabalho. Você poderia ter feito isso facilmente.”
Ele não respondeu.

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“Meu Deus”, suspirei. “Foi você.”
Ele se levantou e gritou: “Porque você não me ouviu! Você insistiu por esta casa. Você insistiu por filhos. Você não se importava com o que eu queria!”
“Então você me fez pensar que eu era louco?”
“Eu precisava que você odiasse! Pensei que, se você quisesse vender, poderíamos usar o dinheiro para algo que fizesse sentido.”

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“Você usou o choro de um bebê. Você sabia o quanto eu queria uma família, e usou isso para me machucar.”
“Você está agindo como se eu fosse o vilão aqui”, Jake retrucou. “Você sabia desde o começo que eu não estava pronto para ter filhos. Você insistiu mesmo assim. Você fez isso. Você me forçou a ter esse futuro.”
“Sair.”
“Você não pode me expulsar! A casa também é minha.”

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“Não, não está”, respondi baixinho. “Está no meu nome. Pegue suas coisas e vá embora. Ou juro que chamo a polícia.”
“Você não está falando sério.”
“Estou. E você tem trinta segundos.”
Ele me encarou por um longo momento, depois pegou o casaco e o celular sem dizer mais nada. A porta bateu atrás dele.
Sentei-me na cama e olhei ao redor, para o espaço pelo qual eu havia me apaixonado. Ainda era meu. Ainda estava quentinho. Só que sem ele ali.

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