
Quando sua namorada manda mensagem sobre um café com a melhor amiga dela enquanto essa mesma amiga está ao seu lado escolhendo anéis de diamante, seu mundo para. Eu achava que sabia tudo sobre a Lily depois de quatro anos juntos, mas eu estava enganada.
Lily e eu estamos juntos há quatro anos. Moramos juntos há dois anos, e a vida com ela tem sido ótima. Ótima mesmo. Ela é o tipo de mulher que faz dias comuns parecerem especiais só por estar presente.
O café da manhã fica mais gostoso quando ela está na minha frente, lendo as notícias no celular e com o cabelo ainda bagunçado do sono.

Uma mulher segurando uma caneca de café | Fonte: Pexels
Sempre considerei nosso relacionamento sólido.
Nós nos comunicamos bem, nos apoiamos nos momentos difíceis e rimos muito. A Lily tem um senso de humor peculiar que me pega de surpresa. Ela faz vozes aleatórias quando está fazendo tarefas domésticas ou cria histórias elaboradas para as pessoas que vemos no supermercado.
Ela supera todas as expectativas em tudo, exceto em uma área em que nunca concordamos. E são os animais de estimação.
Sempre quis ter uma cobra como animal de estimação. Não me pergunte por quê. Há algo fascinante na presença silenciosa delas.
Mas Lily odeia cobras com uma paixão que beira a fobia.

Uma pessoa segurando uma cobra | Fonte: Pexels
“Andrew, eu te amo, mas não de jeito nenhum”, ela me disse no início do nosso relacionamento. “Você pode ter qualquer outro animal de estimação que quiser. Um gato, um cachorro ou até um hamster. Mas cobras estão completamente fora de questão. Elas me assustam.”
Eu respeitei isso. Relacionamentos são feitos de concessões, certo? Além disso, ela faz muito por mim de outras maneiras.
Ela é o tipo de pessoa que acorda cedo para preparar meu almoço só porque sabe que eu esqueço. Ela se lembra do aniversário da minha mãe melhor do que eu. Ela tolera meu péssimo gosto para filmes de ação e parece gostar deles.

Um controle remoto de TV | Fonte: Pexels
É por isso que eu estava pensando em fazer o pedido há meses.
Lily é a minha cara. Ela é a minha pessoa.
Eu estava juntando dinheiro e ensaiando um milhão de maneiras diferentes de convidá-la, esperando não errar quando chegasse o momento.
A coisa toda me deixou super nervoso.
Eu até chamei a melhor amiga dela, Rosie, para ajudar a escolher o anel.

Um anel em uma caixa | Fonte: Pexels
A Rosie e eu não somos muito próximas. Somos amigas, mas não saímos juntas sem a Lily por perto. Mesmo assim, confio no estilo dela e, mais importante, ela sempre apoiou a Lily. Elas são amigas desde a faculdade, e a Rosie conhece a Lily melhor do que ninguém, exceto talvez eu.
***
A quinta-feira passada começou como um dia normal. Mandei uma mensagem para a Lily por volta do meio-dia para avisá-la que trabalharia até tarde e para aproveitar o dia de folga. Ela respondeu rapidamente.
Ela escreveu: “Tomando um café com a Rosie :)”

Uma mulher mandando mensagem para o namorado | Fonte: Pexels
Esse foi o primeiro sinal de alerta . Porque Rosie estava literalmente ao meu lado naquele exato momento, segurando diferentes engastes de diamantes sob as luzes brilhantes da joalheria.
Olhei para o meu celular, depois para a Rosie, depois de novo para o meu celular. A mensagem não fazia sentido. A menos que…
Eu ri nervosamente.
“Tem certeza de que ela não está saindo com outra pessoa?”, brinquei, tentando manter o tom de voz leve.
Rosie ficou completamente pálida.
“Ela não te contou?” ela perguntou baixinho.
“Me dizer o quê?”

Um close-up dos olhos de um homem | Fonte: Unsplash
Ela balançou a cabeça rapidamente, desviando o olhar. “Deixa pra lá. Não é da minha conta.”
Eu queria perguntar mais, mas estava chocada demais para dizer qualquer coisa. Por que Lily mentiria para mim? E o que era aquilo que a Rosie estava falando?
O sinal de alerta número dois surgiu algumas horas depois, quando tentei ligar para Lily depois que Rosie e eu terminamos na joalheria. O telefone tocou várias vezes antes de cair na caixa postal.
O problema é que ela sempre atende minhas ligações, principalmente quando sabe que estou trabalhando até tarde. Sempre. Minha ligação cair na caixa postal era algo que nunca tinha acontecido antes.
“Oi, querida, só para saber como você está”, eu disse para a secretária eletrônica, tentando soar normal. “Espero que você e a Rosie tenham se divertido no café. Me liga quando ouvir isso.”

Um homem falando ao telefone | Fonte: Pexels
Mas ela não retornou a ligação. Não por horas.
O sinal de alerta número três me atingiu quando finalmente cheguei em casa naquela noite. Lily já estava lá, sentada no nosso sofá como se nada estivesse errado. Mas algo definitivamente estava diferente.
Seu cabelo estava levemente úmido, como se tivesse tomado banho recentemente, e suas unhas estavam recém-feitas. Ela tinha um sorriso meio estranho no rosto.
Ela parecia… culpada? Não, não estava bem assim. Ela parecia nervosa.

Um close-up do rosto de uma mulher | Fonte: Pexels
“Oi, querido”, ela disse. “Como foi o trabalho? Você parece cansado.”
“Foi ótimo”, respondi, observando seu rosto. “Como foi o café com a Rosie?”
“Ah, foi ótimo”, disse ela rapidamente. “Só conversamos sobre coisas de meninas, sabe. Nada de emocionante.”
Ela sorriu como se nada tivesse acontecido e perguntou se eu queria comida tailandesa para o jantar. Mas eu conseguia ver algo atrás dos seus olhos que não conseguia compreender.
Jantei, mas não conseguia parar de pensar na mentira dela. Minha mente não parava de pensar, criando cenários em que eu não queria acreditar.

Um homem olhando para baixo | Fonte: Pexels
Então, comecei a procurar por mais sinais, prestando atenção em coisas que eu poderia ter perdido antes.
Naquela noite, ela atendeu um longo telefonema no nosso quarto. Eu estava assistindo TV na sala quando ouvi a voz dela através da porta. Ela falava em voz baixa, quase sussurrando. Aproximei-me sorrateiramente para ouvir.
“Não se preocupe”, ouvi-a dizer. “Ele ainda não sabe de nada.”
Meu coração parou. Ela desligou rapidamente quando ouviu meus passos se aproximando do quarto.

Um telefone sobre uma mesa | Fonte: Pexels
“Quem era?”, perguntei, tentando parecer casual enquanto entrava.
“Ah, só a minha mãe”, disse ela, sem me olhar nos olhos. “Ela está tendo um drama com a minha tia de novo. Você sabe como elas são.”
Bandeira vermelha número quatro.
Aí veio a parte realmente estranha. Na manhã seguinte, eu estava verificando o extrato do nosso cartão de crédito online, como fazia todo mês, para ter certeza de que tudo parecia normal.
Foi quando vi as acusações que não faziam o menor sentido.
PetCo — US$ 57.
Um fornecedor de tanques especializados do qual eu nunca tinha ouvido falar — US$ 123
Lâmpadas de calor para répteis — US$ 48

Um homem usando seu laptop | Fonte: Pexels
Fiquei olhando para a tela completamente confuso.
Lily não gostava de animais de estimação. Ela odiava principalmente répteis. Ela nem ia à loja de animais comigo quando eu queria ver peixes.
Então por que ela estava comprando produtos para animais de estimação? E produtos caros também.
Bandeira vermelha número cinco.
Não consegui dormir naquela noite.
Fiquei deitado ao lado dela, ouvindo sua respiração, me perguntando quem aquela mulher realmente era. Quatro anos juntos, e de repente senti como se não a conhecesse mais.
A dúvida estava me consumindo.

Um homem tentando dormir | Fonte: Pexels
Na manhã seguinte, acordei com um nó no estômago.
Eu não conseguia me concentrar no trabalho. Cada e-mail parecia inútil e cada reunião se arrastava para sempre. Tudo em que eu conseguia pensar era na Lily, naquelas cobranças misteriosas e naquele telefonema. Decidi que a confrontaria depois do trabalho.
Eu precisava da verdade, não importava o que fosse.
A viagem para casa pareceu levar horas. Pratiquei mentalmente o que diria. “Lily, precisamos conversar. Vi as cobranças no nosso cartão.”
Ou talvez: “Eu sei que você não estava com a Rosie ontem”.

Um homem segurando um volante | Fonte: Pexels
Quando cheguei em casa, ela estava me esperando na porta da frente. Suas mãos tremiam um pouco e ela não parava de mexer no cabelo.
“Andrew”, ela disse antes que eu pudesse largar as chaves. “Tenho… uma coisa para te mostrar.”
Meu coração apertou. Era isso. Era ali que ela me contaria sobre quem ela realmente estava saindo. Sobre por que ela estava mentindo e se escondendo.
“Certo”, eu disse baixinho. “Vamos conversar.”
Ela me levou pela sala de estar, passando pela cozinha, em direção ao quarto de hóspedes que nunca usamos. Lá, guardamos principalmente caixas velhas e enfeites de Natal.

Caixas em uma sala | Fonte: Pexels
Mas, à medida que nos aproximávamos, pude ouvir um zumbido estranho. Como um motor ligado.
“Antes de dizer qualquer coisa”, disse ela, parando em frente à porta fechada, “por favor, lembre-se de que eu te amo. E isso deveria ser uma surpresa para o seu aniversário na semana que vem.”
Ela parecia apavorada. Mais assustada do que eu jamais a vira, ainda mais do que quando teve que fazer aquela apresentação no trabalho no ano passado.
“Lily, o que está acontecendo?” perguntei.
Ela respirou fundo e abriu a porta.

Uma pessoa segurando uma maçaneta | Fonte: Pexels
E ali, sobre uma mesa feita sob medida no canto, estava o terrário de vidro mais lindo que eu já tinha visto. Completo com pedras, plantas, esconderijos e lâmpadas de aquecimento.
Lá dentro, aninhada pacificamente sob uma luz quente, estava a mais linda jiboia queniana que eu já tinha visto.
Pisquei. Com força. Depois pisquei de novo.
Lily olhou para mim com puro terror nos olhos.
“Surpresa?” ela disse fracamente.
Fiquei ali, completamente sem palavras.

Uma cobra | Fonte: Pexels
“O nome dela é Bowie”, continuou Lily, nervosa. “Bem, eu a chamei assim, mas você pode mudar completamente se quiser. O criador disse que ela é muito dócil e perfeita para iniciantes. A Rosie me ajudou a pesquisar tudo. Estamos planejando isso há semanas.”
Foi aí que tudo se encaixou. As espionagens. As mentiras. Os telefonemas misteriosos e as cobranças da loja de animais.
Lily não estava me traindo. Ela estava tentando superar seu maior medo para me surpreender com a única coisa que eu sempre quis, mas nunca pensei que poderia ter.
Ela me entregou um pequeno envelope com um pequeno laço.

Um envelope | Fonte: Pexels
Dentro havia um bilhete que dizia: “Feliz aniversário adiantado. Conheça Bowie, a Jibóia. PS: Sim, você pode dar a ela um nome mais legal, se quiser.”
Todo o pânico, dúvida e ansiedade das últimas 48 horas simplesmente evaporaram ali mesmo.
E naquele momento, com ela ali, ao lado de uma cobra literal num tanque, percebi algo importante. Esta mulher enfrentou o seu pior medo por mim. Esta é a mulher que quero ao meu lado para sempre.

Um close-up do olho de uma mulher | Fonte: Pexels
Então, tirei a caixinha do anel do bolso do meu casaco. É, eu ainda tinha ela das compras de ontem.
Ajoelhei-me ali mesmo no nosso quarto de hóspedes e disse: “Se você puder me amar e amar minha cobra, você se casará comigo?”
Ela piscou. Depois riu. Depois chorou.
E então, ela disse as palavras que eu estava esperando ouvir.
“Sim”, ela assentiu com lágrimas nos olhos. “Claro que sim.”
E foi assim, senhoras e senhores, que pedi em casamento a mulher mais corajosa que conheço. Aquela que enfrentou o seu maior medo só para me fazer feliz.
Se isso não é amor, não sei o que é.
Quando Jake me disse que deveríamos nos mudar para o Alasca para economizar dinheiro e finalmente começar a construir nosso futuro, eu disse sim sem pensar duas vezes. Mas depois de uma rápida viagem de despedida com minhas amigas, voltei para casa e encontrei algo que nunca imaginei. Algo que virou meu mundo de cabeça para baixo.
Esta obra é inspirada em eventos e pessoas reais, mas foi ficcionalizada para fins criativos. Nomes, personagens e detalhes foram alterados para proteger a privacidade e enriquecer a narrativa. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos reais é mera coincidência e não é intencional do autor.
O autor e a editora não se responsabilizam pela precisão dos eventos ou pela representação dos personagens e não se responsabilizam por qualquer interpretação errônea. Esta história é fornecida “como está” e quaisquer opiniões expressas são dos personagens e não refletem a visão do autor ou da editora.
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