
O velho Chevy Impala 67 do meu pai era mais do que um monte de sucata enferrujada para mim, mas meus vizinhos não o viam da mesma forma. O que começou como uma briga por uma “monstruosidade” se transformou em algo que nenhum de nós esperava. Mudou nossa tranquila rua suburbana de maneiras que jamais poderíamos ter previsto.
Anúncio
Herdei do meu pai um Chevy Impala 67 velho e surrado. Para a maioria das pessoas, era apenas um carro enferrujado, mas para mim, era uma lembrança do meu pai e um projeto que eu planejava restaurar. O carro ficou parado no meu quintal porque minha garagem estava cheia de ferramentas e peças.

Um veículo antigo com sinais de desgaste | Fonte: Pexels
Eu sabia que a situação estava feia, mas estava tentando economizar e encontrar tempo para resolver o problema. Meus vizinhos, no entanto, acharam o problema muito mais urgente do que eu.
Em uma tarde ensolarada, eu estava examinando o Impala quando uma lembrança me atingiu. Meu pai, Gus, estava me mostrando como trocar o óleo. Seu bigode grosso se contraiu enquanto ele sorria.
“Viu, Nate? Não é ciência de foguetes. Só paciência e esforço”, ele disse.
Anúncio
Passei a mão sobre a tinta desbotada, perdido em pensamentos, quando uma voz aguda me trouxe de volta à realidade.

Um homem encostado na frente de um carro clássico | Fonte: Pexels
“Com licença, Nate? Podemos conversar sobre… isso?”
Virei-me e vi Karen, minha vizinha, apontando para o Impala com um olhar de desgosto.
“Oi, Karen. E aí?”, perguntei, já sabendo onde aquilo ia dar.
“Aquele carro. É horrível. Está estragando a aparência da nossa rua”, disse ela, cruzando os braços.
Suspirei. “Sei que parece tosco agora, mas estou planejando restaurá-lo. Era do meu pai…”

Um homem parado em um quintal | Fonte: Pexels
Anúncio
“Não importa de quem foi”, interrompeu Karen. “Precisa ir embora. Ou pelo menos ficar escondido.”
Antes que eu pudesse responder, ela se virou e marchou de volta para casa. Eu a observei ir, sentindo um nó se formar no estômago.
Mais tarde naquela noite, desabafei com minha namorada, Heather, durante o jantar.
“Dá para acreditar nela? É como se ela não entendesse o que esse carro significa para mim”, eu disse, dando uma mordida na minha salada.

Um homem se servindo de uma tigela de salada | Fonte: Pexels
Heather estendeu a mão por cima da mesa e apertou a minha. “Entendo, querida. Mas talvez você pudesse tentar trabalhar nisso um pouco mais rápido? Só para mostrar a eles que está progredindo?”
Anúncio
Concordei, mas, no fundo, sabia que não era tão simples assim. As peças eram caras e o tempo, escasso.
Uma semana depois, cheguei em casa e encontrei um aviso da prefeitura embaixo do limpador de para-brisa do meu veículo “infrator”. Meu estômago embrulhou ao ler.
“Retire o veículo ou esconda-o atrás de uma cerca”, era o essencial.

Um aviso oficial escondido sob o limpador de para-brisa de um carro | Fonte: Pexels
Amassei o papel na mão, a raiva fervilhando dentro de mim. Aquilo era ridículo. Eu precisava de conselhos.
Liguei para o meu amigo Vince, um apaixonado por carros. “E aí, cara, tem um minuto? Preciso da sua opinião sobre uma coisa.”
“Claro, e aí?”, a voz de Vince ecoou pelo telefone.
Anúncio
Expliquei a situação, minha frustração crescendo a cada palavra.
Vince ficou em silêncio por um momento antes de falar. “Construa a cerca”, disse ele lentamente, “mas adicione um toque especial.”
“O que você quer dizer?” perguntei, intrigado.

Um homem segurando um celular no ouvido | Fonte: Pexels
“Você vai ver. Estarei aí neste fim de semana. Vamos nos divertir com isso.”
Naquele fim de semana, Vince apareceu com um caminhão cheio de madeira e tinta. Passamos os dois dias seguintes construindo uma cerca alta em volta do meu jardim.
Enquanto trabalhávamos, Vince me contou seu plano. “Vamos pintar um mural do Impala nesta cerca. Cada amassado, cada ponto de ferrugem. Se quiserem esconder o carro, vamos garantir que se lembrem disso.”
Anúncio
Sorri, adorando a ideia. “Vamos lá.”

Dois homens conversando na entrada de uma casa | Fonte: Pexels
Passamos o domingo pintando. Nenhum de nós era artista, mas conseguimos criar uma réplica bem decente do Impala na cerca. Até exageramos algumas imperfeições, só para garantir.
Ao recuarmos para admirar nosso trabalho, senti uma sensação de satisfação. Vamos ver o que os vizinhos acham disso, pensei.

Dois homens em frente a uma cerca de madeira | Fonte: Pexels
Anúncio
Não precisei esperar muito para descobrir. Na tarde seguinte, bateram à minha porta. Abri e encontrei Karen parada ali, ladeada por um grupo de vizinhos. Seus rostos eram uma estranha combinação de raiva e desespero.
“Nate”, Karen começou, com a voz tensa, “precisamos conversar sobre a cerca”.
Encostei-me no batente da porta, tentando esconder minha diversão. “O que tem? Fiz o que você pediu. O carro está escondido agora.”

Um homem parado na porta, olhando para fora, com o braço levantado | Fonte: Pexels
Um dos outros vizinhos, um senhor mais velho chamado Frank, falou: “Olha, filho, sabemos que pedimos para você esconder o carro, mas… bem, este mural… é demais.”
Levantei uma sobrancelha. “Demais? Como assim?”
Anúncio
Karen suspirou profundamente. “É pior do que o carro em si. É como se você tivesse transformado o seu quintal inteiro em… em…”
“Uma exposição de arte?”, sugeri, sem conseguir disfarçar o sarcasmo na voz.
“Uma monstruosidade”, concluiu Karen com firmeza. “Preferimos ver o carro de verdade do que essa… essa monstruosidade.”

Uma mulher parada na rua, com um olhar cético | Fonte: Pexels
Cruzei os braços, talvez gostando demais do desconforto deles. “Então, deixa eu ver se entendi. Você reclamou do meu carro, me fez gastar dinheiro em uma cerca e agora quer que eu a desmonte?”
Todos concordaram, parecendo envergonhados.
Pensei por um momento e depois disse: “Tudo bem, vou tirar a cerca com uma condição. Vocês concordam em parar de reclamar do carro enquanto eu estiver trabalhando na restauração. Combinado?”
Anúncio

Um homem parado na varanda da frente, olhando para baixo pensativamente | Fonte: Pexels
Eles trocaram olhares e, relutantemente, concordaram. Enquanto se afastavam, eu os ouvia murmurando entre si.
No dia seguinte, comecei a desmontar a cerca. Enquanto trabalhava, notei alguns vizinhos observando com interesse. Um deles, um cara chamado Tom, até veio conversar.
“Sabe, Nate, eu nunca tinha olhado muito para esse carro antes”, disse ele, apontando para o Impala. “Mas agora que estou vendo de perto, ele tem potencial. De que ano é?”

Uma visão detalhada de um carro Chevrolet antigo | Fonte: Pexels
Anúncio
Sorri, sempre feliz em falar sobre o carro. “É um ’67. Meu pai comprou quando eu era criança.”
Tom assentiu, apreciativo. “Legal. Sabe, meu irmão gosta de carros clássicos. Posso ligar para ele se você precisar de ajuda com a restauração.”
Fiquei surpreso com a oferta. “Seria ótimo, na verdade. Obrigado, Tom.”
Nas semanas seguintes, a notícia sobre o meu projeto se espalhou. Para minha surpresa, vários entusiastas de carros da vizinhança começaram a passar por lá para conferir o Impala e oferecer conselhos ou ajuda.

Vista traseira de um Chevy Impala | Fonte: Pexels
Numa manhã de sábado, enquanto trabalhava no motor, ouvi uma voz familiar atrás de mim.
Anúncio
“Então, esse é o carro famoso, hein?”
Virei-me e vi Karen parada ali, parecendo desconfortável, mas curiosa.
“Sim, é ela”, eu disse, limpando as mãos em um pano.
Karen se aproximou, olhando para o motor. “Tenho que admitir, não entendo muito de carros. O que você está fazendo?”
Expliquei o básico do meu trabalho, surpreso com o interesse dela. Enquanto conversávamos, mais vizinhos se aproximaram, ouvindo e fazendo perguntas.

Uma visão do capô de um motor de carro | Fonte: Pexels
Antes que eu percebesse, meu quintal tinha se transformado em uma festa de quarteirão improvisada. Alguém trouxe uma caixa térmica com bebidas, e as pessoas estavam compartilhando histórias sobre seus primeiros carros ou memórias de modelos clássicos que tiveram.
Anúncio
Quando o sol começou a se pôr, me vi cercado pelos meus vizinhos, todos rindo e conversando. Até Karen parecia estar se divertindo.
Olhei para o Impala, ainda enferrujado e surrado, mas de alguma forma parecendo melhor do que nunca sob a luz quente do entardecer. Pensei no meu pai e em como ele teria adorado aquela cena.

Um grupo admirando um carro clássico | Fonte: Pexels
“Sabem”, eu disse, dirigindo-me ao grupo, “meu pai sempre dizia que um carro não era apenas uma máquina. Era uma história sobre rodas. Acho que ele ficaria bem feliz em ver quantas histórias essa senhora vai contar hoje.”
Ouviram-se murmúrios de concordância e bebidas erguidas. Ao olhar para os rostos dos meus vizinhos, agora amigos, percebi uma coisa: aquele carro, que havia causado tantos problemas, acabara nos unindo.
Anúncio

Um grupo aproveitando a companhia um do outro em um quintal | Fonte: Pexels
A restauração estava longe de ser concluída, mas eu tinha a sensação de que a viagem seria muito mais agradável dali em diante. E quem sabe? Talvez, quando o Impala estivesse pronto para a estrada, teríamos uma vizinhança inteira de apaixonados por carros clássicos prontos para um passeio.
Levantei minha bebida. “Aos bons vizinhos e aos ótimos carros”, eu disse.
Todos aplaudiram, e enquanto as risadas e as conversas fluíam ao meu redor, não pude deixar de pensar que, às vezes, as melhores restaurações não envolvem apenas carros. Elas também envolvem a comunidade.

Um grupo comemorativo se reuniu em volta de uma fogueira, focado em alguém fora da tela | Fonte: Pexels
Anúncio
O que você teria feito? Se gostou desta história, aqui vai outra sobre um vizinho que bloqueou a entrada da garagem de uma mulher com seus caminhões de construção sem pedir permissão, para que ela lhe desse uma lição de respeito.
Esta obra é inspirada em eventos e pessoas reais, mas foi ficcionalizada para fins criativos. Nomes, personagens e detalhes foram alterados para proteger a privacidade e enriquecer a narrativa. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos reais é mera coincidência e não é intencional do autor.
O autor e a editora não se responsabilizam pela precisão dos eventos ou pela representação dos personagens e não se responsabilizam por qualquer interpretação errônea. Esta história é fornecida “como está” e quaisquer opiniões expressas são dos personagens e não refletem a visão do autor ou da editora.
Leave a Reply