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Os planos de Carl para um Natal perfeito se despedaçam quando sua filha, Lily, se recusa a abrir seus presentes. Segurando seu coelho de pelúcia, ela revela: “Vovô me contou a verdade sobre a mamãe.” A confusão se transforma em fúria quando Carl descobre uma mentira cruel que ameaça destruir a confiança de sua filha.
Há algo nas manhãs de Natal que faz tudo parecer mais brilhante, mais aconchegante e talvez um pouco mais mágico.
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Uma árvore de Natal | Fonte: Pexels
Eu podia sentir o cheiro de baunilha e canela flutuando no ar enquanto a máquina de waffle chiava atrás de mim. As luzes na árvore piscavam em um ritmo lento e sonolento, seu brilho refletindo nos enfeites que Lily e eu tínhamos pendurado juntos na semana passada.
Agachei-me perto da árvore, colocando a caixa final sob os galhos mais baixos. A fita vermelha se enrolava perfeitamente, suas bordas nítidas.
“Perfeito”, murmurei para mim mesmo, inclinando a cabeça para conseguir um ângulo melhor.
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Presentes de Natal | Fonte: Pexels
Cada presente estava posicionado como se pertencesse a um daqueles catálogos de feriados. Eu já podia ver o rosto de Lily quando ela desceu correndo as escadas, seus olhos selvagens de excitação.
Aquela alegria familiar e incontida. Foi por isso que fiz isso — por isso que fiquei acordado até tarde embrulhando, assando e fazendo o meu melhor para preencher as lacunas que a vida às vezes deixava para trás.
Mas algo parecia estranho. Eu me endireitei, ouvindo o rangido das escadas ou o baque de pequenos pés saltando do último degrau.
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Um homem carrancudo | Fonte: Midjourney
Nada. Só o zumbido do aquecedor e a estática suave da música de Natal tocando baixo na cozinha. Estava muito quieto.
“Lily?”, chamei, olhando para a escada. Nenhuma resposta. Estranho. Ela geralmente acordava antes de mim no Natal.
Quinze minutos se passaram, depois trinta. Eu tirei os waffles da máquina e os coloquei em um prato, mas eu não estava mais pensando no café da manhã.
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Waffles em um prato | Fonte: Pexels
A ansiedade beliscou a ponta da minha mente. Larguei a espátula e limpei as mãos em um pano de prato.
“Lily?”, chamei de novo, mais alto dessa vez enquanto subia as escadas. O quarto dela ficava no fim do corredor, a porta entreaberta só um pouquinho. “Você acordou, inseto?”, empurrei-a para abrir lentamente.
Ela estava lá, sentada na beirada da cama, ainda com seu pijama de lã de pinguim. Seu coelho de pelúcia, Buttons, pendia mole em suas mãos. Sua cabeça estava abaixada, o cabelo caindo como uma cortina sobre seu rosto.
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Uma criança triste | Fonte: Midjourney
“Ei”, eu disse, entrando lentamente. “Você está bem, querida?”
Ela não se moveu. Seus dedos mexeram na orelha do coelho, torcendo-a repetidamente.
“Lily?” Ajoelhei-me na frente dela, inclinando a cabeça para encontrar seus olhos. Meu coração deu uma pequena torcida. Suas bochechas estavam rosadas, não de calor, mas do tipo de choro silencioso que as crianças tentam esconder. “O que há de errado, garotinha?”
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Um homem falando com alguém | Fonte: Midjourney
Ela apertou os lábios e balançou a cabeça.
“Você não quer vir ver o que o Papai Noel deixou debaixo da árvore?”, perguntei, forçando um sorriso na voz. “Tem waffles lá embaixo também. O seu favorito — xarope de morango e chantilly.”
Os dedos dela pararam de torcer. Ela fungou e olhou para mim, os olhos brilhando com lágrimas.
“Eu não quero”, ela disse calmamente. Sua voz era tão pequena, como um sussurro mal se segurando.
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Uma menina triste | Fonte: Midjourney
Senti meu peito apertar. Não se tratava de waffles.
“Fale comigo, garota.” Sentei-me ao lado dela, acompanhando sua pequena postura, meus cotovelos nos joelhos. “O que está acontecendo?”
Seu lábio inferior tremeu. Ela olhou para mim, depois para o coelho. Ela o puxou para perto e o abraçou forte contra o peito. Por um segundo, pensei que ela não diria nada, mas então ela murmurou: “Vovô me contou a verdade sobre a mamãe.”
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Uma criança emocional | Fonte: Midjourney
As palavras me atingiram como um tijolo nas costelas. Pisquei, minha mente lutando por contexto. “A verdade? O que você quer dizer?”
Os olhos dela piscaram em minha direção, testando minha reação. “Ele disse… ele disse que o Papai Noel não é real, que a mamãe me compra presentes porque ela se sente mal por sempre trabalhar e nunca estar em casa. E que ela não se importa comigo.”
Sua voz falhou nas últimas palavras, como se doesse fisicamente dizê-las.
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Uma garota perturbada | Fonte: Midjourney
Respirei fundo, tentando manter o rosto calmo.
“Ele disse isso, hein?” Meu coração estava batendo forte agora, e não do jeito bom que estava lá embaixo.
Puxei-a para meus braços antes que ela pudesse ver a raiva se formando atrás dos meus olhos. “Isso não é verdade, querida. Nada disso é verdade.” Passei minha mão sobre suas costas, sentindo os pequenos tremores de sua respiração.
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Um homem abraçando sua filha | Fonte: Midjourney
“Você sabe que sua mãe te ama muito, certo? Mais do que tudo.”
Ela fungou na minha camisa. “Então por que ela não está aqui?”
“Porque ela está trabalhando duro para ajudar as pessoas, como sempre faz. Mas ela está voltando para casa mais cedo hoje. Só por você.”
Seu aperto em mim aumentou. Beijei o topo de sua cabeça, balançando-a para frente e para trás como eu costumava fazer quando ela era um bebê. Minha mandíbula estava tão cerrada que doía, mas eu não me importei. Eu já estava planejando meu próximo movimento.
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Um homem determinado | Fonte: Midjourney
Depois de um tempo, ela se acalmou o suficiente para que eu a deitasse de volta. Afastei o cabelo dela do rosto.
“Vou ligar para o vovô, ok? Você fica aqui e descansa um pouco.”
Ela assentiu lentamente, abraçando Buttons como um escudo.
Saí do quarto dela e fui para o corredor, fechando a porta suavemente atrás de mim. Meu telefone já estava na minha mão. Rolei até o nome dele, cliquei em ligar e ouvi o toque.
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Um homem segurando um celular | Fonte: Pexels
Ele atendeu no terceiro toque. “Feliz Natal, filho!”, ele disse, muito alegre. “Eu pediria para falar com Sarah, mas imagino que ela esteja trabalhando, como sempre.”
“Sim, ela está trabalhando hoje. Feliz Natal”, respondi, minha voz fria como aço. “Precisamos conversar. Por que diabos você disse a Lily que Sarah não se importa com ela? Já é ruim você ter dito a ela que Papai Noel não é real, mas fazê-la duvidar do amor de sua mãe? Isso é baixo.”
“Olha, eu só estava sendo honesto com ela”, papai disse, seu tom defensivo. “Alguém tem que contar a verdade a ela antes que o mundo o faça.”
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Um homem falando ao telefone | Fonte: Midjourney
“Contar a verdade a ela?”, repeti, minha voz agora ríspida.
Ele fez um barulho de irritação. “Aquela mulher nunca está em casa. Sempre salvando estranhos. Que tipo de mãe faz isso?”
Minha respiração ficou lenta e constante, cada centímetro de mim vibrando de raiva. “O tipo que trabalha em turnos de doze horas como despachante do 911 para que as pessoas possam sobreviver aos seus piores dias. O tipo que fica acordado até tarde com Lily fazendo projetos científicos depois que ela trabalhou em turnos duplos.”
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Um homem falando ao telefone | Fonte: Midjourney
“Ela deveria colocar a família em primeiro lugar”, resmungou papai.
Minha voz se elevou, o calor se derramando em cada palavra. “Ela faz! Ela tem trabalhado horas extras para ajudar os pais a passar por uma situação difícil. Você não pode derrubá-la porque não entende isso.”
“Cuidado com o tom, Carl”, ele retrucou. “Só estou cuidando da minha neta, e de você também.”
“Não”, eu disse firmemente, “você não está. Você está cuidando da sua versão antiga e ultrapassada do que uma mãe deveria ser.”
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Um homem falando ao telefone | Fonte: Midjourney
Encerrei a ligação e voltei para a cozinha. Tinha um jantar de Natal para preparar para minha família.
Mais tarde naquele dia, eu estava na cozinha mexendo o molho quando ouvi a porta da frente rangendo ao abrir.
“Mamãe!” O grito de Lily veio primeiro, seguido pelo som de seus pezinhos batendo em direção à entrada.
Virei-me bem a tempo de ver Sarah largar a bolsa e pegar Lily no meio do salto.
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Uma mulher abraçando sua filha | Fonte: Midjourney
“Oh, eu senti tanto sua falta, baby”, Sarah disse, seus olhos fechados firmemente enquanto abraçava Lily. “Eu te amo mais do que tudo.”
“Eu também, mamãe”, Lily sussurrou em seu pescoço.
Eu os observei da cozinha, sentindo o peso no meu peito finalmente se dissipar.
“Bem-vinda de volta, querida”, eu disse, me aproximando para abraçar as duas. “O jantar de Natal estará pronto em mais alguns minutos.”
Sarah sorriu para mim enquanto se inclinava para me dar um beijo rápido. “Obrigada, Carl. Você é o melhor.”
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Uma mulher sorridente | Fonte: Midjourney
Naquela noite, depois que Lily dormiu e a louça foi lavada, sentei-me na beirada do sofá, com o telefone na mão.
Ele atendeu no segundo toque. “Você está ligando para se desculpar, filho?”
“Não”, eu disse calmamente, mas firmemente. “Estou ligando para lhe dizer que se você fizer minha filha duvidar do amor de sua mãe novamente, você não será bem-vindo nesta casa. Não no Natal. Não em nenhum dia.”
Houve silêncio do outro lado da linha.
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Um homem falando ao celular | Fonte: Midjourney
“Você me entendeu?”, perguntei.
“…eu ouço você”, ele murmurou.
“Bom”, respondi, e desliguei. Não esperei que ele dissesse mais nada.
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Um celular sobre uma mesa | Fonte: Pexels
Pela primeira vez em muito tempo, senti que tinha feito a coisa certa pela minha família.
Aqui vai outra história: No dia em que enterrei Emily, tudo o que me restava eram nossas fotos e memórias. Mas quando algo escorregou de trás da nossa foto de noivado naquela noite, minhas mãos começaram a tremer. O que descobri me fez questionar se eu realmente conhecia minha esposa.
Este trabalho é inspirado em eventos e pessoas reais, mas foi ficcionalizado para fins criativos. Nomes, personagens e detalhes foram alterados para proteger a privacidade e melhorar a narrativa. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos reais é mera coincidência e não intencional do autor.
O autor e a editora não fazem nenhuma reivindicação quanto à precisão dos eventos ou à representação dos personagens e não são responsáveis por nenhuma interpretação errônea. Esta história é fornecida “como está”, e quaisquer opiniões expressas são as dos personagens e não refletem as opiniões do autor ou da editora.
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